As resinas de policarbonato podem ser reforçadas com cargas e aperfeiçoadas com a utilização de aditivos. A incorporação de fibra de vidro, por exemplo, dá ao polímero um aumento considerável na sua resistência ao impacto, aumenta o módulo de elasticidade, melhora as propriedades de isolamento térmico e resistência à compressão.
Quanto ao processamento, o policarbonato se aplica a vários processos de transformação de termoplásticos, sendo eles, injeção, termoformagem, sopro e extrusão. Sobre um processo de injeção, antes de tudo, é extremamente necessário que se realize a secagem do material, pois a resina úmida, como já sabemos, pode apresentar problemas no processo (manchas e bolhas). Para que isso não ocorra, os grânulos devem ser secados a uma temperatura em média de 120°C por 4 a 6 horas, aproximadamente. Recomenda-se às peças com estrutura de paredes finas a serem injetadas que a velocidade de injeção seja rápida, a fim de se evitar problemas de preenchimento ou rugas no produto. Agora, para peças com necessidade de uma ótima aparência visual, médias velocidades de injeção já atendem o requisito. As temperaturas de moldagem do policarbonato se encontram entre 230 e 300°C, acima destas temperaturas a degradação do polímero se inicia. Sobre o molde, é importante que ele seja bem confeccionado para que se evitem problemas de moldagem, isso serve tanto para o policarbonato, quanto para os outros termoplásticos. Eliminar tensões internas e proporcionar alto brilho para a peça são questões que podemos resolver com o molde, para isso, basta deixá-lo aquecido a uma temperatura por volta de 80 a 100°C.
Áreas de Aplicação
Segundo pesquisas, cerca de 50% da produção de policarbonato é destinada a peças da indústria de elétrica e eletrônica, devido às suas ótimas propriedades de isolamento, dureza, resistência à chama e transparência.
Essas propriedades também favorecem o uso dessa resina em embalagens sofisticadas. É o caso de uma embalagem descartável injetada em PC para próteses mamárias. Essa embalagem deve ter excelente resistência térmica para ser esterilizada, e o PC suporta a temperatura de esterilização. Também deve apresentar resistência ao impacto, transparência sem pinta alguma e sem nenhuma contaminação. Enfim, trata-se de uma embalagem de custo altíssimo, mas que se justifica pelo preço do produto, no caso, a prótese mamária. Fosse para embalar chocolates, por exemplo, ela poderia ser feita tranquilamente de poliestireno (PS), a um custo muito mais baixo.
Fora isso, conheça um pouco mais sobre os produtos que podem ser feitos a partir do PC, sendo eles:
• Mamadeiras;
• Escudos de proteção;
• Vidro à prova de bala;
• Telhas para cobertura;
• Janelas de avião;
• CDs E DVDs;
• Lentes e faróis automotivos;
• Óculos de segurança;
• Recobrimento de relês.
Camila Falcari Dias, técnica em plásticos, e aluna do curso de Analista Técnico de Processo de Injeção da Escola LF (https://escolalf.com.br)
Alexandre Farhan é Administrador de Empresas e técnico em plásticos pelo Senai-SP, com 30 anos de atuação no setor. Atualmente, é diretor da Escola LF, especializada na formação de profissionais para a indústria de transformação plástica pelos processos de injeção, sopro e extrusão. (www.escolalf.com.br e/ou alexandre@escolalf.com.br)