Desenvolver tecnologias de fabricação de produtos feitos com compósitos reciclados e licenciá-las para empresas que cuidam de produção e vendas: esse é o modelo de negócios da Termofixo, empresa sediada no município catarinense de Braço do Norte que já desenvolveu tecnologias desse gênero para a fabricação de revestimentos de paredes, molduras, rodapés, placas para sinalização de trânsito, isoladores elétricos, entre vários outros artigos.
Quando fundada, em 2004, a Termofixo trabalhava com reciclagem química de PU. “Mas desenvolvemos uma reciclagem mecânica – na realidade, uma reutilização muito eficiente e econômica – que com um ciclo curto de processamento permite a utilização de mais de 90% de resíduos de compósitos em uma nova peça”, relata Ícaro Vivan, gerente de P&D da empresa. “Adaptamos essa técnica para vários tipos de materiais termofixos, entre eles o PU, os papéis impregnados com resinas melamínicas e a fibra de vidro”, acrescenta.
O processo desenvolvido pela Termofixo é teoricamente simples: começa com a trituração em moinhos especiais dos resíduos previamente separados, com a posterior a mistura desse material triturado com uma resina aglutinante, pigmentos e aditivos. Essa formulação é então colocada em uma prensa com matriz aquecida e, cumprido o tempo de cura, as peças estão prontas para acabamento. “Até o desenvolvimento desse processo, as opções de reaproveitamento dos resíduos de compósitos eram pouco efetivas. Resíduos de fibra de vidro, por exemplo, eram moídos para serem usados como carga”, lembra Vivan.