Reciclagem valoriza pneu usado

Através do Reciclanip, programa de logística reversa mantido pela ANIP (entidade que reúne os fabricantes de pneus), em 2017 foram coletadas no Brasil cerca de 458 mil t de pneus inservíveis. Isso equivale a quase 92 milhões de pneus de carros de passeio, que puderam ser reaproveitados em solas de calçados, dutos de águas pluviais, pisos industriais, asfalto-borracha (tipo de pavimento asfáltico ao qual é adicionado borracha moída), entre outras aplicações.

Em seu portfolio, anuncia a Evonik, há um produto capaz de conferir padrões mais elevados à reciclagem da borracha proveniente de pneus, favorecendo seu uso nessas aplicações já mais estabelecidas, e ampliando-o para outras mais exigentes, como a fabricação de colchões para animais, pisos, materiais de vedação e bases para sistemas de sinalização de obras e barreiras nas estradas.
Denominado Vestenamer, esse aditivo funciona como um compatibilizante, revestindo a borracha moída e reduzindo a viscosidade do composto. “É um produto muito versátil, e participa do processo de vulcanização e/ou reticulação com o elastômero”, destaca Rodrigo Marques, responsável pelo Desenvolvimento de Negócios na América do Sul.
Utilizado também em processos de produção de borracha nova, na reciclagem o Vestenamer pode ser integrado por misturadores tradicionais aos compostos com borracha moída, óleos e aditivos. “Ele facilita a mistura e o processamento, promove melhoria na dispersão das cargas, nas propriedades mecânicas, no fluxo no molde e na resistência a intempéries”, detalha Marques.
A reciclagem de pneus constitui mercado bastante promissor, crê Julio Casarotti, gerente da Primotécnica, empresa que disponibiliza o modelo PMPS-400, capaz de moer desde pneus de veículos de passeio até os de grandes caminhões. “A crise na economia refreia a demanda, mas há três ou quatro anos vendíamos muitos moinhos para pneus”, diz Casarotti.