Polipropileno: Avanços tecnológicos sustentam demanda em alta e impulsionam ampliações da resina e do composto
O desenvolvimento de projetos da Basell no campo das nanoestruturas se concentra nos seus centros de tecnologia situados na Alemanha, Estados Unidos e Japão. Na opinião de Souza, a nanotecnologia constitui uma tendência forte, mas ele não tem perspectivas de transferência de produtos comerciais para o Brasil. “A questão ainda esbarra na viabilidade comercial, no custo/benefício.”
Nanotecnologia à parte, a Borealis aproveita para reivindicar da indústria petroquímica resinas de polipropileno com menores contrações. De acordo com o fabricante de formulações, o índice ainda é alto e não permite à compostagem obter propriedade zero gap e outras características impostas pela área automotiva. “Para atingir os objetivos, hoje, somos obrigados a lançar mão de mais adições em cargas, reforços e outras resinas”, informa Bahls.
Além disso, ele sugere o desenvolvimento de grades com maiores índices de fluidez e sem perda no balanço de propriedades mecânicas. “Seriam interessantes copolímeros com índice da ordem de 40 g/10 min., isso auxiliaria no processo de injeção e na melhor aparência final da peça.”
[toggle_simple title=”PP REFORÇA AS ESPECIALIDADES” width=”Width of toggle box”]O desenvolvimento de compostos e blendas de alto desempenho sob encomenda constitui o foco da Pepasa Plásticos de Engenharia, de Santos-SP, indústria tradicional do mercado, com produção voltada para as especialidades. “Cada setor do mercado que utiliza o polipropileno procura sempre algo mais da resina e isto gera inovações contínuas, tanto por parte dos produtores de PP como dos componedores independentes”, comenta a diretora-superintendente, Zoé Moncorvo.

As últimas pesquisas da empresa se converteram em novidades com maior condutividade térmica e elétrica, com retardantes à chama não halogenados, com propriedades magnéticas, além de diversas resinas compatibilizadas (PP/ABS, PP/acrílico, PP/PA e outras).
Com respeito à nanotecnologia aplicada à área de compostos, a diretora da Pepasa não destoa das opiniões emitidas pelos grandes produtores do setor. A despeito de muitos investimentos e pesquisas empreendidos, os nanocompósitos ainda não alcançaram a extensão e o volume de mercado que seu potencial promete.
De acordo com ela, as nanoargilas exigem tratamento prévio e processo diferenciado de incorporação. “Mesmo as importadas, não são disponíveis prontas para incorporação, há sempre um algo a mais necessário na formulação e transformação para que os resultados sejam satisfatórios”, explica. A nanotecnologia pode dar um grande salto, mas além das questões técnicas, precisará também romper as barreiras de ordem econômica.
Em sintonia com outros executivos brasileiros que enfrentam a mesma dificuldade, a diretora da Pepasa reclama do alto volume de importação, favorecida pela valorização da moeda nacional, de peças prontas para montagem e até do próprio composto de polipropileno. Ela teme a probabilidade de entrar uma avalanche de dólares no país, seus conseqüentes danos, e alerta: “O investment grade agora conferido poderá, talvez, se transformar num verdadeiro presente de grego.”
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