Plásticos de engenharia – Indústria investe em novas aplicações e em segmentos diferenciados como estratégia para expandir seus negócios
O mercado de plásticos de engenharia na América Latina é dominado por companhias multinacionais, como Basf, DuPont, Sabic, entre outras. É comum, entretanto, que estas empresas não possuam portfólios de produtos exatamente conflitantes. Quanto à demanda, Brasil e México são os países mais representativos na região, sendo que há produção local de polímeros como poliamida (PA), policarbonato (PC) e polimetilmetacrilato (PMMA). Já volumes de poliacetal (POM) e polibutileno tereftalato (PBT) são totalmente importados, uma vez que a demanda local não é considerada atrativa pela maior parte dos produtores globais para o estabelecimento de unidades produtivas na América Latina.
A América do Sul sofreu um impacto considerável como consequência da crise econômica global; todavia, o mercado de plásticos de engenharia é avaliado em seu estado inicial de maturidade, apresentando muitas oportunidades de crescimento por meio de novas aplicações e exploração de nichos de mercado diferenciados.
Impactos da crise – O mercado latino-americano de plásticos de engenharia sofreu os impactos da crise econômica de forma menos acentuada, comparativamente à Europa e EUA. Porém, foi afetado pela redução da demanda global e pela forte pressão por redução de preços.
Em recente pesquisa com os players regionais, a consultoria Frost & Sullivan identificou uma queda média de 30% na demanda interna de plásticos de engenharia de outubro de 2008 a março de 2009. Grande parte desta queda foi devida à forte crise que atingiu o setor automobilístico. No caso das resinas de engenharia, as vendas podem ser até 70% dependentes do setor automotivo.
Em se tratando de demanda internacional, o impacto da crise foi ainda maior. As exportações de plásticos de engenharia do México para os EUA caíram em média 50% no primeiro semestre de 2009. No Brasil, em média, 45% das exportações de plásticos de engenharia eram destinadas aos EUA, sendo que parte deste volume necessitou ser direcionado ao mercado local. Já as exportações de plásticos de engenharia do Brasil para a Argentina sofreram uma redução de 45% nos primeiros meses de 2009.
O maior desafio para os fornecedores locais tem sido se adaptar aos menores volumes demandados e ao cenário de restrição de crédito. Nesse contexto, muitos players locais têm buscado deslocar os produtores asiáticos, que sofreram com a crise de crédito e passaram a não oferecer custos tão competitivos.
No caso do Brasil, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis suavizou a queda no consumo, contudo, não pode ser considerada no delineamento de estratégias de médio e longo prazo.
De uma maneira geral, a indústria de plásticos de engenharia é bastante dependente de crédito para capital de giro e aquisição de máquinas. No cenário atual, diversos projetos de investimentos em novas máquinas e tecnologias, assim como expansão de capacidade, foram cancelados ou postergados.