Rami imprime rótulos em offset sobre filmes de BOPP
A tecnologia in mold labeling (IML), expressão que pode ser traduzida no Brasil como “rotulando no molde”, já é bastante difundida nos países avançados.
A técnica é indicada para a fabricação de embalagens, móveis e outras aplicações nas quais o uso de imagens gravadas diretamente durante o processo de injeção das peças se torna interessante.
No Brasil, não existem dados oficiais, mas a procura ainda é pouco significativa.
Estima-se que vinha crescendo perto de 8% ao ano depois da virada do século, pelo menos até 2013, quando a economia local vivia um período de maior aquecimento.
A maior procura aguçou o interesse de transformadores, fornecedores de equipamentos como injetoras e robôs, entre outros, e também de um prestador de serviços cuja importância é indiscutível nesse tipo de operação.
Estamos falando das gráficas especializadas na produção de rótulos, que veem na atividade uma oportunidade de negócios interessante.
A pioneira no mercado nacional nesse tipo de operação foi a Gráfica Rami, de Jundiaí-SP.
No mercado desde 1979, a empresa é especializada na fabricação de rótulos e começou a trabalhar com a tecnologia IML no final dos anos 90.
De acordo com José Carlos Rizzieri, diretor superintendente da Gráfica Rami, o crescimento da procura por esse tipo de encomenda tem sido constante, de forma moderada.
O principal obstáculo para a popularização mais ágil da tecnologia é o elevado investimento necessário para que os transformadores se capacitem a produzir as peças.
Os preços das peças feitas com a tecnologia não são competitivos em relação aos demais métodos.
Vale um breve resumo do processo de Rotulagem no Molde – In Mold Label (IML).
A operação dura alguns segundos, em regime de rigorosa precisão.
A garra de um robô instalado ao lado de uma injetora pega o rótulo, com a ajuda de ventosas.
Os rótulos são levados para as cavidades do molde de injeção e lá fixados por meio de uma descarga elétrica – em torno de 15 mil a 20 mil Volts – ou de sistema de vácuo presente na ferramenta.
A escolha entre a descarga elétrica ou o sistema de vácuo depende das características da peça.
O ciclo prossegue.
A resina é injetada e incorpora o rótulo.
A peça é retirada, já decorada e pronta para ser usada de acordo com sua finalidade.
Rizzieri, no entanto, enumera as vantagens alcançadas.
Uma vez injetada, a peça não precisa sofrer operações posteriores, como a colagem de etiquetas, colocações de cintas de papelão ou gravações feitas em serigrafia.
A qualidade da impressão obtida é muito superior à dos outros métodos.
Uma embalagem, por exemplo, se destaca nas gôndolas das lojas e supermercados, fato hoje em dia muito valorizado em razão da elevada competitividade do mercado nas mais diversas categorias de produtos.
José Carlos Rizzieri – Gráfica Rami
“Nossos clientes são a indústria que utiliza a tecnologia em seus produtos e transformadores responsáveis pela produção de peças para terceiros”.
Entre os compradores, empresas dos mais diversos segmentos.
“Fornecemos rótulos para embalagens de produtos de higiene e limpeza, alimentos, indústria petroquímica e outros. Também somos bastante solicitados pela indústria de brinquedos”, comenta.
Os rótulos são produzidos pelo processo offset.
“A técnica para a fabricação desses rótulos exige vários cuidados especiais”.
Os filmes utilizados, especialmente fabricados para a operação, são feitos em BOPP.
“Os filmes são importados ou comprados do único fabricante brasileiro, a Vitopel”, informa.