Limpeza dos Moldes – Ferramental limpo
Limpeza - Dos fornos ao gelo seco, técnicas conseguem manter o ferramental limpo

Ultrassom
A lavagem ultrassônica é muito procurada por usuários de instrumentos utilizados na medicina, além de ser aproveitada em várias outras aplicações industriais. No caso dos moldes de injeção, é útil durante a realização de manutenções preventivas e periódicas dos sistemas, durante inspeções dimensionais e/ou reforma de conjuntos.

O equipamento usado para a realização da operação conta com tanques preenchidos com solução química (produto de limpeza) selecionada de acordo com o tipo de sujidade e material base a ser limpo.
A solução é o agente químico para a “quebra” da sujeira, enquanto a vibração produzida pelo ultrassom é o agente mecânico.
A peça a ser limpa fica submersa na solução em temperatura controlada e é submetida a ondas sonoras por um tempo programado, chamado de ciclo de limpeza. A sujeira removida fica dispersa na solução, da qual será separada por meio de filtragem.
Após o ciclo de limpeza, o molde é enxaguado com outra solução química.
A Husky, multinacional fornecedora de equipamentos de injeção e moldes com forte atuação no mercado de pré-formas de PET, é especializada nesse método.
“Essa atividade faz parte da estratégia da empresa de oferecer serviços completos de reforma dos moldes e câmaras quentes aos clientes dos nossos produtos”, comentou Marcelo Araújo, refurbishing team leader da Husky no país.
Em caráter especial, a companhia pode oferecer serviços isolados de limpeza de conjuntos, mas esta não é a razão principal de ter investido na compra do equipamento.
Limpeza por ultrassom
Husky – Antes e Depois


Limpeza por aquecimento
O aproveitamento de fornos de pirólise e de fornos de leito fluidizado pela indústria do plástico se dá com a finalidade principal de remover polímeros impregnados.
Os métodos são muito procurados por transformadores usuários de máquinas extrusoras, que os aproveitam para limpar roscas das máquinas e outros componentes.
A demanda por parte dos usuários de moldes de injeção ocorre de forma esporádica, em especial quando ocorrem problemas nos manifolds e outros componentes dos moldes. A limpeza de bicos de injetoras é outra aplicação comum. Fora do segmento, é muito utilizado para limpar gancheiras e dispositivos usados para pintura, entre outras aplicações.
Nos fornos de pirólise as peças são colocadas em uma câmara onde a temperatura se aproxima dos 400ºC. O polímero a ser removido é degradado pela queima e o material orgânico vaporizado é dirigido para uma segunda câmara do equipamento.
Nesse segundo compartimento ocorre a operação chamada “afterburner”, que prevê a pós-queima dos gases à temperatura de 800ºC. O resultado da pós-queima é a extinção dos gases tóxicos e a liberação na atmosfera apenas de dióxido de carbono e vapor. O tempo total da operação gira em torno de quatro horas.
Nos de leito fluidizado, as ferramentas são introduzidas em uma retorta preenchida com óxido de fluidização (óxido de alumínio) a uma temperatura de até 450ºC (variando conforme o tipo de polímero a ser removido). Nessa câmara é injetado ar comprimido, o que resulta na formação de um leito.
O meio resultante se comporta como líquido em movimento e permite a limpeza profunda das peças por meio de calor por condução, sem a necessidade de desmontá-las. Este sistema de decomposição térmica do polímero gera basicamente dióxidos de carbono, nitrogênio e vapor de água. O tempo médio do ciclo de limpeza em leito fluidizado é de duas horas.
De acordo com Antonio de Primo, diretor proprietário da Dynaflow, empresa especializada nos dois processos, comparada a métodos convencionais de limpeza por temperatura elevada, os fornos de leito fluidizado permitem o aquecimento uniforme das peças e resfriamento a temperatura ambiente, evitando fissuras ou empenamentos.
“Esses problemas são comuns em processos realizados por banho de sal em fornos e estufas convencionais ou na queima manual feita por maçaricos”. O dirigente lembra que o processo em leito fluidizado não gera rejeitos perigosos, caso de métodos químicos, ou resíduos de carbono e cinzas, frequentes na limpeza em estufa ou fornos a vácuo.
A Dynaflow é uma empresa nacional fabricante de fornos de leito fluidizado e revendedora no Brasil dos fornos de pirólise produzidos pela norte-americana PCP.
Também é prestadora de serviços de limpeza para empresas desinteressadas em investir na compra dos equipamentos. “Em termos gerais, os fornos de pirólise são recomendados para peças de maior volume e peso ou de peças menores em grandes quantidades. Já os de leito fluidizado são limitados pela quantidade de material que se deseja limpar”.
O tipo de polímero a ser removido também pesa na escolha do sistema mais adequado.
Primo destaca algumas características dos fornos PCP revendidos Dynaflow no Brasil. “Eles apresentam o que há de mais moderno e eficiente em limpeza por pirólise”, garante.
O principal diferencial é um painel eletrônico de diagnóstico que controla até 14 diferentes áreas de operação. “O painel ajuda muito na identificação rápida de eventual falha de algum componente operacional, além de demonstrar o funcionamento do equipamento”.
Esses fornos são oferecidos em diversos modelos e tamanhos, de equipamentos com um metro cúbico a estufas para limpeza de peças com até 6 metros de comprimento.
As estufas de queima permitem a limpeza de peças impregnadas com qualquer tipo de polímero. As temperaturas na câmara de trabalho e pós-queima são controladas através de instrumentos digitais microprocessados. “Os queimadores podem operar com gás GLP ou gás natural”.