Injetoras – Máquinas elétricas e híbridas consolidam atuação no mercado

Nas duas últimas edições da Brasilplast, as injetoras elétricas ou híbridas ocuparam posição de destaque em quase todos os fabricantes nacionais e estrangeiros. Este ano, teve menos “oba-oba” em torno dessas tecnologias, porém o mercado se apresentou mais consolidado, principalmente para as marcas com tradição na área.
De acordo com o gerente-geral da Milacron, Hércules Piazzo, o aumento da escala de produção levou à conseqüente redução de custo. “Esse é um dos fatores para o avanço da injeção elétrica.” Outras vantagens estão relacionadas à redução do consumo energético, ausência de óleo, estabilidade e precisão do processo, entre outros.
As injetoras elétricas respondem por 95% das vendas da empresa no Brasil.
“Há cinco anos, as aplicações ficavam restritas a nichos específicos, como a telefonia celular, hoje o uso está difundido em diversos segmentos.” A desvalorização do dólar ajudou a impulsionar as importações. “Estamos otimistas com o aquecimento do mercado.”

A Milacron expôs a injetora elétrica Roboshot 165 S2000iB. A máquina produziu na feira copo de 0,3 mm de espessura, injetado em poliestireno, em molde de 8 cavidades e ciclo de 2,9 segundos. De acordo com Piazzo, a velocidade de injeção atinge 330 mm por segundo.
Um dos diferenciais é o tempo de aceleração, estimado em 25 milésimos de segundo. “Em peças de parede fina, o tempo de aceleração é muito importante, ou seja, quão rápido a máquina atinge a velocidade de injeção.”
Com colunas – A Engel, tradicional marca de injetoras sem colunas, apresentou o modelo 100% elétrico com colunas. A máquina estava em exposição no estande da HDB, de Cotia-SP, representante exclusivo da empresa no Brasil, e foi lançada em 2006, na Europa.

A linha da Engel já incluía injetora híbrida (injeção elétrica e fechamento hidráulico), sem colunas. A máquina elétrica de 280 t de força de fechamento moldou pequenas bobinas de PP com inserto e sobreinjeção. De acordo com o diretor-presidente da HDB, Herbert Buschle, a linha de elétricas com colunas vai de 55 t a 380 t de força de fechamento. “Até 150 t, temos a mesma máquina sem colunas”, explica.
Otimista com os resultados da feira e o potencial do mercado nacional de eletroeletrônicos, telefonia, embalagens e produtos médico-hospitalares, Buschle vê boas perspectivas comerciais para a nova linha de elétricas. “Garantem precisão, repetibilidade e redução no consumo de energia elétrica.” O empresário ressalta ainda o aquecimento do mercado nacional, impulsionado principalmente pela indústria automotiva. “Esperamos superar os resultados comerciais de 2006 e crescer 20% neste ano”, diz.

A Arburg, de São Paulo, também expôs injetora elétrica para ciclos rápidos. A máquina foi automatizada com manipulador Wittmann.
A ilha de produção demonstrou a aplicação de in mold labeling (IML), sistema de rotulagem dentro do molde, em ferramenta de quatro cavidades e pote de 12,5 gramas com parede de 0,5 mm. “Os ciclos ficaram em torno de quatro segundos”, afirma o gerente-geral da filial brasileira, Kai Wender.
A Sunnyvale, de São Paulo, mais conhecida pela representação das injetoras elétricas Dr. Boy, da Alemanha, aproveitou a Brasilplast para divulgar outra representada: a Sumitomo, do Japão. “É a marca de injetora mais vendida no mercado japonês desde 2004, liderando o segmento de CD e DVD com equipamentos até 450 t de força de fechamento”, afirma Marcelo Nishikawa, do departamento de vendas.
A linha da empresa é composta por modelos elétricos e hidráulicos. Dentre as características, Nishikawa ressalta a velocidade de injeção. “O modelo elétrico alcança 800 mm por segundo”, diz. Na hidráulica, esse índice fica em torno de 2.000 mm por segundo. “As elétricas representam 99% das vendas da Sumitomo no Japão.”

Na avaliação de Nishikawa, o mercado brasileiro de máquinas elétricas tem grande potencial de crescimento. “Durante muito tempo, o alto custo dos equipamentos freou esse avanço. Outro entrave era a limitação na velocidade de injeção, questão tecnológica já superada.”
Por isso, ele acredita na consolidação da tecnologia também no País. “É muito empregada na Ásia, Europa e Estados Unidos. O transformador brasileiro já começa a avaliar a relação custo/benefício e não apenas o preço final do equipamento.” Em exposição, o modelo SE-180 DU garante alta precisão no controle da injeção e repetibilidade, segundo o fabricante.
No Brasil, as elétricas da Dr. Boy ainda representam a principal força de vendas da Sunnyvale. Na feira, a empresa expôs a injetora horizontal, com 35 t de força de fechamento. Nishikawa destaca o painel de controle Procan CT, com visor colorido touch screen. A máquina produziu na feira lentes acrílicas. “A peça exige tempos de recalques longos.” A extração foi feita com manipulador da Harmo, a terceira representada da empresa.
Híbridas – A injetora Híbrida 1500-740 da Himaco, de Novo Hamburgo-RS, apareceu remodelada. “As modificações visam a atender às solicitações dos clientes”, diz o gerente-comercial Cristian Heinen. Com 150 t de força de fechamento, possui distância entre colunas de 440 mm x 440 mm, capacidade de injeção de até 600 gramas e CLP Atos. “Processa resinas de maior fluidez, como o PP, o PE e o PS, pois o acionamento na dosagem é elétrico com utilização de inversores de freqüência.” A máquina conta ainda com bomba hidráulica dupla e promete reduzir o consumo energético em torno de 30%.