A Fórmula 1 da injeção dos termoplásticos. Os fabricantes de injetoras para ciclo rápido e paredes finas definem este processo como a categoria mais avançada desse mercado. A comparação não é à toa. Assim como a modalidade automobilística, as máquinas em questão são especiais e configuram um setor altamente técnico. Se não bastasse isso, hoje, a tendência é embutir ainda mais sofisticação. Um dos caminhos tem sido investir em tecnologias mais modernas de impressão, no caso, o in-mould-labelling (IML).
Demanda existe, aliás, boa parte do setor apresenta expectativas positivas em relação a esse ramo de atividade. As projeções são de crescimento e envolvem cifras altas. No geral, as máquinas são oferecidas como integrantes de um pacote completo, ou seja, com molde (acoplado com câmara quente) e componentes de automação. A ideia aqui é PLÁSTICO MODERNO – maio, 2012 28 A oferecer ao transformador uma solução capaz de assegurar o menor custo por peça injetada, com ciclos cada vez mais curtos, e reduzido consumo de matériaprima, sem perder a qualidade.
IML – A técnica de rotulagem no molde, IML, é uma tecnologia na qual a resina é injetada, e incorpora o rótulo dentro da máquina, de onde a peça sai pronta para o envase. Dessa forma, o processo permite produzir embalagens ainda mais finas, pois o rótulo adiciona uma camada isoladora e dá rigidez à parede. “A injeção é o processo perfeito para o IML”, comenta Ítalo Zavaglia, gerente da divisão Netstal. Não por acaso, os fabricantes de injetoras têm apostado nisso. A tendência ficou evidente na National Plastics Exposition (NPE) deste ano. A exposição realizada em Orlando, Estados Unidos, entre 1 e 5 de abril, e considerada a principal feira do setor de plástico na América do Norte, consagrou a técnica. Segundo observação dos fabricantes de máquinas que lá estiveram, as injetoras voltadas para a produção de peças com parede fina utilizavam a tecnologia IML.
Um caso da Netstal se refere justamente a essa técnica de decoração. Essa fabricante suíça divulga uma máquina capaz de injetar em molde de seis cavidades embalagens com peso de 9,3 gramas e espessura de 0,32 mm (mais a etiqueta), em um ciclo de 4,3 segundos. A relação F/W é de 410:1. A saber: a parede fina pode ser definida por meio da relação entre a distância percorrida pelo material e a espessura da parede. Esse valor é o F/W (flow path/wall thickness). A Netstal considera que essa medida deve ser de no mínimo 150:1.
As máquinas da fabricante, segundo Zavaglia, são todas projetadas para ciclos rápidos. Dentre elas, um destaque fica por
conta da injetora Elion. “Ela alcança tempos de ciclos que antes eram considerados irreais; em alguns casos, são inferiores a 2 segundos”, ressalta o gerente. A velocidade de injeção chega a 2.200 mm/seg, e o F/W da embalagem pode atingir a marca de 450:1 ou 500:1. Esse feito, de alguma maneira, reflete a tradição da fabricante. O primeiro modelo com acumuladores foi desenvolvido em 1945.
O mercado de embalagens é um dos pilares da companhia, a ponto de a fábrica localizada na Suíça manter um setor dedicado ao tema: o PAC, onde congrega especialistas para atuar nessa área. Desde o ano passado a Netstal está mais forte para fazer frente a esse segmento, pois passou a integrar o KraussMaffei Group do Brasil. Essa empresa abrange ainda a KraussMaffei e a KraussMaffei Berstorff.
A Wittmann Battenfeld também se faz valer da união de forças para concorrer nesse setor altamente técnico da injeção. Em 2009, Wittmann e Battenfeld se tornaram uma só companhia, aliando a experiência da primeira em periféricos desenhados para a tecnologia de ciclo rápido ao know how da fabricante alemã em projetar injetoras para esse fim, capacitadas a suportar moldes mais resistentes e operar com altas velocidades. A proposta é manter total responsabilidade sobre o processo e oferecer pacotes completos aos clientes.
As máquinas de ciclos rápidos do seu portfólio configuram a série TM Xpress. Em sua quarta geração, a linha, composta por máquinas híbridas de 160 t até 450 t de força de fechamento, representa 20% das vendas da companhia. O engenheiro de vendas Marcos Cardenal destaca um modelo para produção de potes de margarina. Essa máquina consegue operar com ciclos de 2,9 segundos e traz como pontos fortes os recursos para colocação do rótulo dentro do molde e de retirada e empilhamento das peças.