Nem sempre os produtos lançados são as notícias mais importantes dos expositores. No caso da Expobor, duas multinacionais com atuação na indústria química em escala mundial, Evonik e Lord, trouxeram como principais novas a confirmação de investimentos na construção de plantas industriais no território brasileiro.
A Evonik, multinacional de origem alemã, fornece sílicas e silanos para os fabricantes de pneus, solados e artefatos de borracha. Os dois insumos são indicados para a obtenção de compostos de alto desempenho. “Somos o único fornecedor que disponibiliza os dois produtos”, destaca Camila Pecerini, chefe de produto da área Inorganic Materials.
A empresa está no início dos trabalhos de engenharia básica para a construção de sua primeira fábrica de sílica precipitada no Brasil. A planta funcionará em Americana-SP e deve ser concluída em 2015. A produção será destinada para abastecer a América do Sul. O investimento não foi informado. “Está na casa de dezenas de milhões de euros”, estima.
O bom desempenho dos clientes explica a iniciativa. A demanda por sílica precipitada está em forte expansão no Brasil. Entre os produtos previstos para a nova fábrica, está a linha Ultrasil, voltada para a produção de pneus de alto desempenho. Também será fabricada a linha Sipernat, indicada para as indústrias de alimentação humana e nutrição animal, além dos segmentos agrícola e dental.
Entre os produtos apresentados na feira pela Evonik, alguns mereceram destaque. O Cofill, resorcinol em combinação com sílica precipitada, melhora a adesão de compostos de borracha em telas têxteis e metálicas usadas, por exemplo, em determinados pneus. O Colipsil é uma sílica precipitada modificada que melhora a resistência à abrasão e as propriedades mecânicas. Também foram divulgadas as linhas de antioxidantes e antiozonantes especiais da Addivant, marca que passou a ser comercializada e distribuída pela Evonik no Brasil no início de 2014.
Também está prevista para 2015 a inauguração da nova planta da Lord, cujos principais produtos para o setor são os da linha de adesivos Chemlok, voltados para aderir borracha com metais. A fábrica vai funcionar em Jundiaí-SP. “Entre 50% e 60% das obras já estão concluídas”, informa Edwin Rodrigues, gerente de marketing para a América Latina. Os motivos do empreendimento são os de sempre. “Está havendo grande aumento de procura”, diz.
O executivo salienta que a empresa é líder mundial nesse nicho de mercado, tendo as montadoras como grandes clientes. “Em torno de 97% dos automóveis de todo o mundo circulam com algum componente colado com produtos produzidos por nós”, garante. Outros setores também merecem citação. “Temos adesivos e revestimentos de elastômeros para a indústria de óleo e gás”, exemplifica.
Duas linhas Chemlok foram lançadas na feira, as dos adesivos HPC e HRC. “São produtos muito inovadores, evitam temperaturas altas e oxidação quando em contato com petróleo e gasolina, incrementam a vida útil de partes mecânicas dos automóveis”. Entre os demais produtos oferecidos, Rodriguez aponta os de base água como promissores. “Eles são amigáveis com o meio ambiente”. Um apelo de marketing muito interessante para o momento atual, quando os consumidores cobram por soluções que não ataquem a natureza. Só não são mais vendidos no mercado nacional por causa do preço. “Eles custam mais caro”, admite.