Atenção com a reciclagem – Quando falamos da reciclagem, no entanto, o cenário muda. A expectativa é de forte redução no volume consolidado até o final do ano, por razões externas ao setor. No auge da pandemia, com a necessidade de um correto isolamento, milhares de catadores deixaram de coletar as embalagens pós-consumo que alimentariam os sistemas produtivos dos recicladores.
Essa é uma dificuldade que está relacionada com a carência de sistemas públicos robustos de coleta seletiva, que evoluíram muito pouco, mesmo passados dez anos da implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Com isso, a ociosidade da capacidade instalada do setor da reciclagem, que normalmente gira em torno de 30%, chegou a 50% em alguns meses.
A despeito disso, o Brasil segue sendo um dos líderes mundiais na reciclagem do PET, com 55% das embalagens efetivamente recicladas em 2019. O volume equivale a 311 mil toneladas do produto – 12% acima do registrado em 2018 –, que geraram um faturamento de mais de R$ 3,6 bilhões, ou 36% do faturamento total do setor do PET no Brasil.
O desempenho positivo é reflexo do fortalecimento da economia circular, composta por uma indústria diversificada, que utiliza o PET reciclado em seus produtos. A grande evolução tecnológica transformou o material no único plástico autorizado pela Anvisa para o envase de alimentos, com a produção de embalagens em grau alimentício (food grade). Atualmente, o segmento de embalagens responde pelo uso de 23% do PET reciclado no Brasil e deverá ser decisivo para evitar uma queda ainda maior no uso do material, diante da perspectiva de redução do consumo por parte da indústria têxtil e química, que são os outros grandes usuários do produto.
Existe um grande esforço sendo feito neste momento, para que a cadeia produtiva do PET – virgem, em preforma ou reciclado – mantenha o vigor de anos anteriores. Em um dos piores anos em um século, a embalagem foi colocada à prova e demonstrou sua capacidade de ser uma opção econômica, socialmente importante e amiga do meio ambiente. Com essas características, o setor seguirá firme, para entrar em 2021 ainda mais forte, atendendo às demandas da sociedade e totalmente adaptada às novas exigências da economia circular.
Texto: Auri Marçon
ABIPET
A ABIPET, Associação Brasileira da Indústria do PET, é uma entidade sem fins lucrativos que reúne a cadeia produtiva do setor de PET: fabricantes da resina PET, fabricantes das embalagens de PET e seus recicladores. A Entidade representa cerca de 80% da Indústria do PET no Brasil e é a maior deste segmento em toda a América Latina.
Fundada em 1995, a ABIPET tem como objetivos promover a utilização e reciclagemdas embalagens de PET, incentivar o desenvolvimento tecnológico, aplicações para o PET reciclado e divulgar as ações do setor.
Mais informações; http://www.abipet.org.br/index.html