As duas frentes para o início de 2021 – Abiplast
É urgente acelerar a proteção da população, ainda mais diante do quadro de uma agressiva segunda onda.

Em 26 de fevereiro de 2020, o Brasil teve a confirmação do primeiro caso de coronavírus. Passado mais de um ano, 2021 se inicia com a esperança na vacinação, que avança, mas em passo lento, sem a devida organização e cronograma – o oposto do histórico de excelência em campanhas de imunização demonstrado no passado.
É urgente acelerar a proteção da população, ainda mais diante do quadro de uma agressiva segunda onda. O sistema de saúde segue pressionado, com os hospitais cheios e o número de mortes se aproximando de 300 mil.
Precisamos de um plano efetivo de vacinação, amplo e bem comunicado, com ritmo mais acelerado, para que o país possa, enfim, passar por essa crise sanitária e consiga olhar no horizonte.
Quarto maior empregador entre os segmentos da indústria de transformação, o setor plástico tem mão de obra intensiva. Por isso, devemos manter a segurança e saúde de nossos funcionários, uma vez que inúmeras famílias fazem parte desse contexto.
Ao processo de imunização coletiva, soma-se a premência de uma agenda clara e propositiva para a economia. Sem a injeção do auxílio emergencial, há muitas incertezas, ainda que o segundo semestre passado tenha apresentado recuperação importante da atividade econômica. A indústria, em especial, retomou níveis anteriores à crise e já recontratou a mão-de-obra demitida no período mais agudo da crise.
No entanto, é fundamental ter uma perspectiva, com previsibilidade, de melhora do ambiente de negócios, em competividade e em produtividade. Isso só será possível com o avanço das reformas, principalmente a tributária e a administrativa. A nova gestão do Congresso indica intensificar o trabalho para a aprovação de ambas. Porém, é preciso engajamento de todos, a começar pelo governo federal, que deve liderar o processo.
Para ilustrar a necessidade da reforma tributária, nossas empresas gastam, em média, 1.500 horas por ano só para computar e pagar impostos. O país está entre os dez piores do mundo no ranking do Banco Mundial que avalia a eficiência dos sistemas tributários. O cenário espanta novos investimentos, em especial do exterior, que acabam rumando para outros países.
Reestruturar o sistema tributário é uma das ações elementares para atacar o Custo Brasil, estimado em R$ 1,5 trilhão, segundo estudo do Boston Consulting Group (BCG). Os entraves são muitos e vão desde a abertura de um negócio e financiamento de empreendimento até o acesso aos insumos.
Foi outro problema enfrentado pela indústria de transformação nos últimos meses. A abrupta retomada das atividades gerou desabastecimento de matérias-primas em diversas atividades.

O desbalanceamento entre oferta e demanda de resinas em nível global permanece. Há o quadro estrutural, sobre o qual a Abiplast alerta há muito tempo, que é o monopólio com mercado protegido. São instrumentos de defesa comercial usados inversamente com a lógica da geração de valor e a falta de investimentos locais para ampliação de capacidade.
Seguiremos levando a público o desequilíbrio de mercado, além de sensibilizar o governo quanto aos impactos no acesso às matérias-primas a preços competitivos.
Os desafios para superar a maior crise sanitária da história são inúmeros. A estratégia no início de 2021 passa por duas frentes básicas: a vacinação e as reformas estruturais. De um lado, dar ritmo e planejamento à imunização de toda a população. Do outro, agilizar as mudanças legislativas no quadro tributário. Com isso, o Brasil terá uma luz de futuro.
José Ricardo Roriz Coelho é presidente da ABIPLAST – Associação Brasileira da Indústria do Plástico e do SINDIPLAST – Sindicato Indústria Material Plástico Estado São Paulo, e vice-presidente da FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
Abiplast
O setor nacional de transformados plásticos e reciclagem encontra representação e apoio, há mais de cinco décadas, na Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), desde que o segmento começou a se desenvolver no País.
O trabalho iniciado em 1967 responde atualmente a um total de 12 mil empresas e 325 mil profissionais.
Para manter forte essa representação, a entidade conta com o trabalho conjunto e colaborativo de 23 sindicatos estaduais, que fortalecem o setor regionalmente, e associações parceiras, que contribuem para reiterar a importância da nossa indústria.
A entidade, mais que defender os interesses e prestar assistência à categoria por meio de diversos serviços e iniciativas, tem o papel de valorizar o plástico, promover o setor e sua competitividade, bem como os avanços tecnológicos com foco na sustentabilidade.
Para o Brasil, o progresso dessa atividade industrial causa um efeito multiplicador e mostra-se importante por trazer inúmeros benefícios econômicos e socioambientais.
Mais informações: http://www.abiplast.org.br/
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