O fato de os polímeros cristalinos contraírem mais que os amorfos se explica porque todo material no “estado fundido” ficará amorfo, portanto, a estrutura cristalina no estado sólido se encontra ordenada e arranjada, porém, quando se funde ao ser processada no cilindro de plastificação, suas moléculas começam a se movimentar e entram para o estado amorfo, criando espaços vazios entre elas e permitindo a passagem de luz, dando-nos a impressão de transparência e aumentando o seu volume.

Canal de injeção de poliacetal (POM), que é cristalino, queimando; a região que está pegando fogo se mostra amorfa e a parte que não pegou fogo, cristalina
Ao ser a peça injetada dentro do molde, o resfriamento faz com que suas moléculas retornem ao estado cristalino, reduzindo seu volume e provocando a contração que é maior que no caso dos amorfos, nos quais as moléculas já estão desarranjadas no estado sólido, fazendo com que no estado fundido apenas se movimentem, aumentando também o seu volume, mas numa proporção bem menor que a verificada nos cristalinos.
Muitas empresas, por não terem esse conhecimento sobre polímeros, acabam projetando um molde para determinado material, por exemplo, para PSAI, porém acabam no meio do caminho alterando a resina para PP, por exemplo, por ter encontrado preços menores ou por outros motivos, e é nesse momento que as dificuldades aparecerão.
Caso se trate de uma peça técnica, na qual o aspecto dimensional é exigido, será muito difícil, chegar à medida desejada, isso sem contar a dificuldade que os preparadores e reguladores de máquinas, processistas e ferramenteiros encontrarão para retirar as peças do molde, principalmente se utilizarem o mesmo tempo de ciclo que era usado para o material original.
Esse tipo de situação é encontrada por muitos empresários que menosprezam o conhecimento do comportamento dos polímeros nas máquinas injetoras e que, ao se depararem com essa situação, acabam exigindo de seus técnicos que tirem peças boas e no dimensional desejado, culpando-os muitas vezes “por não saberem regular máquinas”. No entanto, também por falta de conhecimento, estes profissionais não conseguem explicar a causa das dificuldades encontradas, que os impedem de retirar dos moldes produtos de qualidade e nas medidas exigidas.
É muito comum encontrarmos alunos, sejam preparadores de máquinas, encarregados, gerentes e pequenos empresários, familiarizados com essa situação nas empresas em que trabalham. Depois de esse assunto ter sido abordado nos cursos de Injeção e de Polímeros, eles passaram a resolver vários problemas referentes ao comportamento dos materiais nas máquinas injetoras, sopradoras e extrusoras.
Alexandre Farhan é administrador de empresas e técnico em plásticos pelo Senai-SP, com 30 anos de atuação no setor. Atualmente, é diretor da Escola LF, especializada na formação de profissionais para a indústria de transformação plástica pelos processos de injeção, sopro e extrusão. www.escolalf.com.br – alexandre@escolalf.com.br
Muito bacana, é sempre bom estar incrementando o conhecimento sobre o plásticos.
Gostei muito, da matéria posta em sites que li uns dias atrais falando sobre o rearranjo molecular do PET, simplesmente incrível.